quinta-feira, 21 de maio de 2009

Orquestra Contemporânea de Olinda.


Periodicamente o Brasil fica conhecendo a efervescência cultural do Nordeste graças a artistas, ou grupo musicais, que chegam para alterar a situação de marasmo e modinhas da música nacional. O próximo nome que o Brasil precisa ouvir falar é a Orquestra Contemporânea de Olinda. O som do grupo é uma fusão de elementos que resulta em... Orquestra Contemporânea de Olinda.

O grupo é formado por Gilú (percussão), Tiné (voz), Maciel Salú (rabeca e voz), Juliano Holanda (viola e guitarra), Hugo Gila (baixo e teclado), Raphael Beltrão (bateria), Ivan do Espírito Santo (flauta, sax alto e barítono), Lúcio Henrique (sax alto), Luiz Antônio (trompete), José Abimael (trombone), Adriano Ferreira (trombone) e Alex Santana (tuba). Toda essa turma apresenta nas 11 faixas do álbum de estréia da Orquestra uma ótima mistura de música popular com levada latina, gafieira e elementos de ritmos regionais como o coco. O grupo é de Pernambuco, mas nem por isso espere encontrar Frevo e Mangue Beat no som do grupo.

O maior atrativo das músicas é a junção da percussão com os instrumentos de sopro. O disco abre com “Tá Falado”, a mais radiofônica das canções, que lembra os trabalhos do cantor Otto. Um dos pontos altos do CD está logo na segunda faixa: “Canto da Sereia”, regravação do compositor Oswaldo Nunes. É quase impossível não assoviar a linha de metais que marca a melodia da canção logo após os primeiros segundos. E a introdução é feita com uma tuba! Onde se ouve hoje em dia alguém na música nacional tocando uma tuba? Com muito suingue, “Canto da Sereia” é um convite para cair na pista do baile. Essa é a melhor música do disco.

“Ladeira” também é cheia de suingue, mas a letra e o modo de cantar dão um toque um pouco melancólico, quase triste, e ainda assim bonito. O vocal é o destaque da faixa. “Brigiti” traz como convidada especial a cantora Isaar de França que faz um diálogo desencontrado com Tiné. A guitarra de Juliano Holanda praticamente conversa com os dois.

Em “Balcão de Venda” o destaque é a bela rabeca tocada por Maciel Salú. “Durante o Carnaval” é menos dançante, e traz o trabalho de Ivan do Espírito Santo na flauta. “Não Interessa, Não” é instrumental e mais uma vez um convite ao baile. O disco encerra com “Saúde” e “Saúde II”. A primeira não é muito interessante, em compensação a continuação é um Reggae lento, suingado e muito legal.

A Orquestra Contemporânea de Olinda conseguiu lançar um ótimo disco de estréia que só tem um defeito: é curto, tem apenas 34 minutos de duração. Que o baile da Orquestra não pare.
                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                            -Orquestra Contemporânea de Olinda (2008) .
01. Ta Falado
02. Canto da Sereia
03. Ladeira
04. Joga do Peito
05. Brigitti
06. Balcão da Venda
07. Durante o Carnaval
08. Não Interessa, Não
09. Vinheta
10. Saúde
11. Saúde II

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